domingo, 17 de outubro de 2010

O Sonho da Aldeia Ding

image "O Sonho da Aldeia Ding", do escritor Yan Lianke, é uma ficção que carrega o peso de uma verdade triste. O romance, fundamentado por três anos de pesquisa do autor, conta a história de um vilarejo pobre da China onde o sangue de seus cidadãos é comercializado como qualquer outra mercadoria.

A atividade é exercida sem seguir normas de higiene e causa discórdia entre os aldeões.

Por meio da narrativa, o autor traz à tona os conflitos éticos trazidos pela pobreza extrema, assim como pelo desejo de enriquecimento, e mostra como a ganância termina por drenar e contaminar literalmente a vida da China.

Yan Lianke é considerado um dos principais escritores asiáticos vivo. É também um forte opositor da ditadura que reina em seu país. Foi expulso de lá por causa do livro "A Serviço do Povo", que faz sátíra com as idiossincrasias da população chinesa.

 

Sinopse - Um dos mais importantes escritores chineses contemporâneos - e um dos mais ferrenhos críticos da censura em seu país -, Yan Lianke recorre à sátira para criar tramas inspiradas nas particularidades de seus compatriotas. Após o sucesso de "A serviço do povo", banido na China por achincalhar o regime de Mao Tsé-Tung, ele retorna com outro tema polêmico: a comercialização de sangue humano.

Com base em três anos de pesquisa sobre o tráfico de sangue em sua província natal, Henan, "O Sonho da Aldeia Ding" é uma elegante tour de force literária. Um livro que confirma o talento de Lianke e, ao mesmo tempo, se coloca como uma dura e concisa observação do subdesenvolvimento no interior da China. A partir de uma pequena vila, onde o sangue é comprado e vendido livremente, e com terríveis conseqüências, o autor cria um romance que ilustra como a busca por riquezas drena os recursos naturais e contamina a vida da população.

A partir do pequeno Qiang, um inocente menino morto aos 8 anos, a história da vila da Aids é contata despretensiosamente. Na província de Henan, início dos anos 1990, habitantes de vilarejos pobres se veem seduzidos pela perspectiva de deixar a pobreza para trás. Tudo a um custo aparentemente baixo: a venda do próprio sangue. Logo doadores e coletores de plasma iniciam um ciclo desenfreado, sem se preocupar com o uso de agulhas esterilizadas.

Desde a discórdia entre os moradores até o estabelecimento de uma ordem intrínseca ao vilarejo - e alienada ao governo - o menino, assassinado em decorrência do enriquecimento do pai com o esquema de coleta de sangue, expõe as falhas de caráter e as virtudes dos aldeões. Somos levados a questionar o que é certo e o que é errado dentro do caos provocado pelo próprio governo. A ética se inverte, e segundo uma moral própria os grupos de sobreviventes farão o possível para se proteger e garantir uma morte digna.

Detalhes da Edição

Título: O Sonho da Aldeia Ding
Autor: Yan Lianke
Tradução: André Telles
Editora: Record
Edição: 1
Ano: 2010
Idioma: Português
Especificações: Brochura | 210 x 140 | 304 páginas

 

Leia mais:

 

************


Debaixo dos raios do sol poente, a planície do Henan estava vermelha, vermelha como sangue. Era fim de outono. Fazia frio. As ruas da Aldeia dos Ding estavam desertas. Os cães estavam de volta ao seu canto. As galinhas, empoleiradas. As vacas, há muito tempo deitadas no calor dos estábulos.

Nenhum ruído perturbava o silêncio da Aldeia dos Ding. A vida era igual à morte. Silêncio, fim de outono, crepúsculo.

A aldeia e seus moradores haviam definhado, e, como o capim e as árvores da planície, a vida secara: não passava de um cadáver enterrado em seu túmulo.

O vermelho do sangue dera lugar à escuridão da noite. Enfurnados em casa, os aldeões não saíam mais.

Meu avô, Ding Shuiyang, estava de volta da cidade. O ônibus que ligava Weixian, capital do distrito, a Dongjing, capital da província, deixara-o no acostamento da estrada principal como uma folha seca que o outono separa da árvore. O caminho que levava à Aldeia dos Ding fora pavimentado dez anos antes, quando todos os aldeões vendiam seu sangue. Por um instante, meu avô permaneceu imóvel no acostamento da estrada contemplando a aldeia que se estendia à sua frente. O vento trouxe-o de volta à realidade. Depois que embarcara no ônibus para ir à cidade escutar as intermináveis e melífluas exposições dos representantes do governo local, a confusão reinava em seu espírito. Agora tudo parecia claro como o sol nascendo num céu sem nuvens. Assim como é óbvio que as nuvens trazem chuva e o fim do outono traz frio, era óbvio que os aldeões que haviam vendido seu sangue dez anos antes iriam contrair "a febre" e deixar este mundo como as folhas mortas que o vento fazia cair das árvores no outono.

A doença escondia-se no sangue como meu avô imergia em seu sonho. A doença amava o sangue como meu avô amava o sonho.

Meu avô sonhava todas as noites. Fazia três noites que tinha um sonho recorrente. Ele estava em Weixian ou Dongjing. O sangue percorria uma rede de canalizações subterrâneas que se ramificava sob a cidade como uma gigantesca teia de aranha.

Nos locais em que os dutos estavam mal encaixados, o sangue esguichava para cima e caía numa chuva vermelha cujo cheiro irritava o nariz, e sobre toda a planície ele via o sangue brilhar nos poços e nos rios.

Nas cidades e aldeias, os médicos lamentavam sua impotência em refrear os progressos da doença, mas, diariamente, um médico, instalado numa rua da Aldeia dos Ding, esfregava as mãos de alegria. Na aldeia silenciosa, enquanto as pessoas se enterravam em suas casas, esse médico quarentão, sentado embaixo de sua velha sófora, a arca de remédios jazida a seus
pés, ria desbragadamente. Sua risada sonora fazia as árvores estremecerem e as folhas caírem, assim como o vento do outono que não esmorecia.

Quando saía do sonho, as autoridades convocaram meu avô para uma reunião. Como a Aldeia dos Ding havia perdido seu chefe, ele havia sido nomeado para substituí-lo.

De volta da reunião, diversas evidências ficaram claras para ele.

Em primeiro lugar, a doença que chamavam de "febre" tinha um nome: Aids.

Em segundo lugar, aqueles que haviam vendido seu sangue aquele ano haviam sido acometidos pela febre duas semanas depois e deviam forçosamente estar com Aids.

Em terceiro, aqueles que estavam com Aids apresentavam agora os mesmos sintomas de oito ou dez anos antes: uma febre comparável à da gripe, que desaparecia assim que eles ingeriam um medicamento antipirético, mas, três ou cinco meses mais tarde, eles já não tinham mais forças. Manchas e pústulas apareciam em seus corpos. Micoses carcomiam suas línguas e eles começavam a definhar. No fim de três meses, oito meses, muito raramente um ano, morriam. Carregados pelo vento como folhas secas. A luz se apagava e eles não eram mais deste mundo.

Quarta evidência: de dois anos para cá morria uma pessoa por mês na Aldeia dos Ding. Quase todas as famílias haviam perdido alguém. Mais de quarenta pessoas estavam mortas. Os sepulcros erguiam-se como feixes de trigo por toda parte nos campos. Alguns doentes com hepatite ou tísica, mas outros também cujo fígado e pulmões estavam perfeitamente saudáveis, não conseguiam engolir mais nada. Reduzidos ao estado de esqueletos, morriam seis meses mais tarde, depois de haverem cuspido uma bacia cheia de sangue. Carregados pelo vento como folhas secas. A luz se apagava e eles não eram mais deste mundo. Estivessem doentes do estômago, do fígado ou dos pulmões, era para todos a mesma "febre". A Aids.

Quinta evidência: aquela "febre", que no início só afetava os estrangeiros, as pessoas da cidade e os depravados, espalhara- se por toda a China, inclusive pelas aldeias, golpeando agora pessoas de conduta absolutamente inatacável. Como uma revoada de grilos, a doença abatia-se sobre as aldeias.

Sexta evidência: os que estavam doentes achavam-se irremediavelmente condenados. Era a nova doença mortal que golpeava o gênero humano, e o dinheiro nada podia contra ela.

Sétima evidência: aquilo era apenas o começo. A explosão iria produzir-se dali a um ano e atingiria seu paroxismo no ano seguinte. Por ora, dava-se a um homem que morria a mesma atenção que a um cão. Logo sua morte seria tão ignorada quanto a de um pardal, uma traça ou uma formiga.

Em oitavo lugar: eu estava enterrado atrás da escola onde meu avô morava. Quando eu morri, tinha acabado de completar 12 anos. Fui envenenado por um tomate que eu colhera ao voltar da escola. Seis meses antes, alguém dera veneno para nossas galinhas. No mês seguinte, o leitão que minha mãe criava comera um nabo envenenado e morrera. Por fim, eu comera o tomate envenenado largado numa pedra na beira do caminho que eu tinha que percorrer ao voltar da escola. Mal o engoli, tive a impressão de que me rasgavam as entranhas e desabei depois de alguns passos. Meu pai acorreu e me carregou às pressas para casa. Morri cuspindo uma espuma branca assim que ele me colocou na cama.

Eu estava morto, mas não morrera da "febre", isto é, de Aids.

Minha morte resultou da gigantesca coleta de sangue à qual meu pai se dedicara dez anos antes. Eu morrera porque ele se tornara o grande administrador do sangue para a Aldeia dos Ding, a Aldeia dos Salgueiros, a Aldeia das Águas Amarelas, a Aldeia do Segundo Li e outras aldeias da região. Ele era o rei do sangue.

No dia da minha morte, ele não derramou uma lágrima. Primeiro, quedou-se por um instante sentado ao meu lado com meu tio. Em seguida, os dois homens se levantaram e, equipados com uma pá afiada e um machado reluzente, foram se plantar no cruzamento de duas ruas, onde proferiram, com toda a potência de seus pulmões, uma torrente de invectivas destinadas à aldeia.

Meu tio berrou:

- Bando de canalhas, vocês só são bons para envenenarem à socapa, apareçam se tiverem colhões para que eu, Ding Liang, possa lhes arrancar a pele.

Meu pai, agitando sua pá, emendou:

- Vocês todos têm inveja de ver que eu, Ding Hui, sou rico sem ser doente! Tenho certeza! Estão com inveja! Pois bem, eu, Ding Hui, amaldiçoo seus ancestrais até a oitava geração.

Vocês envenenaram minhas galinhas, meu leitão e tiveram a suprema audácia de envenenar meu filho!

Continuaram assim até a noite.

Ninguém se atreveu a aparecer.

Finalmente, me sepultaram.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

É Isto Um Homem?

LEVI, PRIMO – É ISTO UM HOMEM?

image Nascido em Turim, na Itália, em 1919, era químico por formação. Nascido numa família judaico-piemontesa, foi denunciado aos nazistas e enviado para Auschwitz, de onde foi libertado pelos russos. Narrou sua experiência em vários livros premiados. Suicidou-se em 1987.

A memória é testemunha e não juiz nesta obra-prima do escritor italiano Primo Levi (1919-1987). Em 'É isto um homem?', Levi conta seu sofrimento num lager, campo de extermínio, sem contudo apiedar-se do seu destino, ou tentar vingar-se, aproveitando-se do distanciamento seguro da narração. Deportado para Auschwitz em 1944, o escritor foi um dos três judeus, em 650 companheiros de infortúnio, a sobreviver, retornando à Itália e a seu trabalho de químico em 1945. O desejo de melhor compreender esta terrível experiência, no entanto, o impulsionou a escrever nove relatos, entre ensaios, poemas e justamente 'É isto um homem?'

Da experiência no campo nasce o escritor que neste livro relata, sem nunca ceder à tentação do melodrama e mantendo-se sempre dentro dos limites da mais rigorosa objetividade, a luta pela sobrevivência num meio em que o homem já nada conta. Se Isto é um Homem tornou-se rapidamente um clássico da literatura italiana e é, sem qualquer dúvida, um dos livros mais importantes da vastíssima produção literária sobre as perseguições nazis aos judeus.

Mais um livro que tem como pano de fundo a 2ª guerra mundial, um dos assuntos que mais gosto de ler para “entender” a infinita ignorância dos homens.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Bibliotecas no Mundo

National Library and archive Canada  - Biblioteca e Arquivo Nacional do Canadá - (Canadá) - Visite aqui!

A Biblioteca Nacional e Arquivo Canadá está localizado em Ottawa, Canadá, com o número de 18,8 milhões de livros. É uma junção do Arquivo Público do Canadá e a Biblioteca Nacional do Canadá, fundada em 1953. O diretor, bibliotecário e arquivista é o Dr. Daniel J. Caron.
Em 2004, o Arquivo Nacional do Canadá e a Biblioteca Nacional do Canadá foram reunidos pela Biblioteca e Arquivos do Canadá por uma lei para criar uma instituição de novos conhecimentos para os canadenses, Biblioteca e Arquivos do Canadá, uma fonte permanente de conhecimento e a memória permanente do Governo do Canadá e das suas instituições.
Tem como objetivo:
- Preservar o patrimônio documental do Canadá para o benefício das gerações presentes e futuras; 
- Ser uma fonte permanente de conhecimento acessível a todos, contribuindo para o progresso cultural, social e econômico do Canadá;
- Facilitar a cooperação no Canadá entre as comunidades envolvidas na aquisição, preservação e difusão do conhecimento;
-Servir como memória permanente do governo do Canadá e suas instituições.

A Biblioteca e Arquivo Nacional do Canadá disponibilizou na internet – Flickr uma lindíssima coleção de retratos de várias épocas e separados por assuntos, vale a pena dar uma olhada, acesse em: http://www.flickr.com/photos/lac-bac/

image
image
image
Laboratório na Biblioteca e Arquivos do Canadá, Centro de Preservação Gatineau

image

Faça um tour virtual pelos arredores da Biblioteca e Arquivo Nacional do Canadá, utilizando o Google Maps - street view.

Exibir mapa ampliado

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Fim de Semana no Rio

Neste fim de semana (17 e 18/10) estive no Rio de Janeiro, visitando minha querida “CÚnhada” e matando saudades de minha linda esposa e de meu filho que estão curtindo férias no Rio. Matei saudades também do meu sobrinho João, o que me chama de tio “Ogro”, tio “Ogrinhooooo”.

Foi um final de semana curto mas muito bem aproveitado, companhia ótima e muito divertida! Estou sem dormir de sexta para sábado, de sábado para domingo, “um pouquinho”, e de domingo para hoje, pouquinho no avião e um pouquinho em casa! Tô morto, mas tô feliz! Valeu!!!

”Nos matamos” de tanto comer num Restaurante que serve rodízio de comida mexicana e japonesa, pensa!!! No domingo fomos ao Friday’s, cozinha estilo norte americana e restaurante totalmente temático, “é o que há”.

Nesta “pequena férias” não podia deixar de lado outros assuntos que amo de paixão: LIVROS e o tema UNIVERSO! Sábado fomos ao planetário do Rio, vasculhamos tudo e asssitimo uma Sessão de Cúpula sobre o Sistema Solar, Eu, Cakkinho, Caroline, Flávia e o Litlle John, fomos a loucura, demais!!!!

Visitei a Mega Store da Saraiva (não me convenceu) comprei dois livros: O Vendedor de Armas e A Menina que não Sabia Ler!

Agora o que me convenceu e me emocionou foi a Livraria da Travessa no Barra Shopping, não é uma livraria, não é uma biblioteca, posso dizer que é uma biblioteca que vende livros, o lugar é lindo,  show, musica ambiente de matar, para onde se olha, livros, livros que se pode adquirir livros, entrei em parafuso!!!

Comprei para a Carol do Sabor do Livro, As Barbas do Imperador, para o Cakkinho, Diário das Invenções - Leonardo Da Vinci, em 3D, o Cakkinho pirou!!! Para minha querida CÚ, que está retornando ao Clube da Leitura, O Menino do Pijama Listrado e A Menina que Roubava Livros!

Depois fomos até a FNAC, que eu diria que ficou entre as duas anteriores, ou seja abaixo da Livraria da Travessa. Comprei para a Carol, A Casa dos Espíritos, O Ladrão de Raios e Alice no País das Maravilhas, estes dois últimos para lermos ao Cakkinho. Para minha Cú, mais um livro – A Casa dos Espíritos.

Vou postar algumas fotos na Livraria da Travessa:

 

1
Igor (Cakkinho) deliciando-se na seção de livros infanto-juvenis

2

Caroline (Sabor do Livro), Jairo (que vos escreve) e Igor (Cakkinho)

 

3
Minha querida Cú – Flávia e minha esposa, linda e maravilhosa!


4

Caroline, meu amor!

 

5

Na bancada dos livros que tanto adoro (2ª Guerra Mundial)

terça-feira, 13 de julho de 2010

Documentário: O Martelo das Bruxas

image Em pesquisa a rede mundial de computadores deparei-me com um link que levou-me ao site da National Geographic – Nat Geo onde dia 18/07 (22:00) será exibido um documentário a respeito do O Martelo das Bruxas, onde pela primeira vez na história, uma equipe de investigação internacional tenta desvendar os mistérios do Malleus Maleficarum (Martelo das Bruxas). Escrito em 1485 e publicado em 1486 (ou 1487), por dois monges alemães dominicanos, Heinrich Kramer e James Sprenger, que se tornou uma espécie de "manual contra a bruxaria", este antigo e infame manual mudou a forma como o mundo via a maldade. Com instruções detalhadas de como descobrir, perseguir e punir as bruxas, o Malleus Maleficarum inspirou séculos de acusações e massacres em todo o mundo. Agora, através de profundas recriações e amplas entrevistas com estudiosos, levamos os telespectadores em uma jornada pela loucura para que se possa compreender melhor a origem, a legitimidade e a história do Martelo das Bruxas.

Neste dia estarei em viagem, mas vou programar para deixar gravando, assistirei na semana seguinte e postarei aqui minhas impressões.

Horários Alternativos para quem tiver interesse em assistir:

O MARTELO DAS BRUXAS – Canal Nat Geo 52 Sky

  • Domingo 18 de Julho 22:00

  • Segunda-Feira 19 de Julho 02:00

  • Sexta-Feira 30 de Julho 23:00

  • Segunda-Feira 30 de Agosto 03:00

    Informações obtidas na grade de programação da SKY, poderá sofrer alterações, consulte antecipadamente.
  • O Martelo das Feiticeiras

    É sabido que um dos assuntos que tenho muito interesse é sobre a Idade Média, ou também conhecida por Era Medieval e que pode ser subdividido em períodos menores como a Alta Idade Média e Baixa Idade Média. Tenho o maior prazer em pesquisar, ler e descobrir dados sobre esse período e uma dos assuntos que ronda minha curiosidade é a perversidade e insanidade da “Santa Inquisição” que de santa não teve nada! Mas deixamos a discusão de lado, pois futebol, religião e política não gosto de discutir. Deixe-me apresentar a vocês O Martelo das Feiticeiras, que foi o manual oficial da inquisição para caça às bruxas, lemos:

     

    image

    O MARTELO DAS FEITICEIRAS (Malleus Maleficarum) - é um dos livros mais importantes da cultura ocidental, tanto para os leitores que se interessam pela história quanto para aqueles que estudam a história do pensamento e das leis. Documento fundamental do pensamento pré-cartesiano, bem como um dos mais importantes depositórios das leis que vigoram no Estado teocrático, revela as articulações concretas entre sexualidade e poder, e por isso é uma peça única para todos aqueles que estudam a profundidade da psique humana e o funcionamento das sociedades.

    Durante quatro séculos este livro foi o manual oficial da Inquisição para caça às bruxas. Levou à tortura e à morte mais de 100 mil mulheres sob o pretexto, entre outros, de “copularem com o demônio”. Esse genocídio foi perpetrado na época em que formavam as sociedades modernas europeias. Um das consequências, apontadas pelos especialistas, foi tornar dóceis e submissos os corpos das mulheres posteriormente. O papa Inocêncio VIII nomeou dois dominicanos, os inquisidores Heinrich Kramer e James Sprenger, para julgar feiticeiras na Alemanha. Este último, deão da Universidade de Colônia, publicaria dali a dois anos, em 1484, com Kramer, prior de Salzburgo, a mais importante obra sobre demonologia da história, o temível Malleus Maleficarum (“O Martelo das Bruxas”), fonte de inspiração para todos os tratados posteriores, baseados em obras precedentes, entre as quais Formicarius de Johannes Nider, de 1435. Essa obra de Kramer e Sprenger atingiu 19 edições e foi aprovada pelo corpo docente da Universidade de Colônia. Dividia-se em três partes: A primeira discursava aos juízes, ensinando-lhes a reconhecer as bruxas em seus múltiplos disfarces e atitudes. A segunda expunha todos os tipos de malefícios, classificando-os e explicando-os. A terceira regrava as formalidades para agir “legalmente” contra as bruxas, demonstrando como inquiri-las e condená-las. Ela tinha como princípio o preceito bíblico que diz: à feiticeira não deixarás viver. (Ex 22,18). A abertura da obra, focalizando as três condições necessárias para a bruxaria, nos diz: “Se crer em bruxas é tão essencial à fé católica que sustentar obstinadamente opinião há de ter vivo sabor de heresia.”

     

    image As Bruxas, na visão medieval

    Esse vai para a minha lista de desejos (My wishlist).

    sexta-feira, 2 de julho de 2010

    Bibliotecas no Mundo

    Biblioteca Nacional Milli Kütüphane (Turquia) – Visite aqui!

    imageMilli Kütüphane é a Biblioteca Nacional da Turquia, situada em Ancara. Milli Kütüphane tem uma das mais ricas coleções na Turquia. A coleção é composta de 1.701.377 itens. A Biblioteca Nacional da Turquia é uma das bibliotecas mais recentes no mundo. O trabalho da fundação da Biblioteca Nacional da Turquia teve início em 15 de abril de 1946 em um pequeno escritório no Ministério da Educação, Direcção e Publicações e em pouco tempo uma coleção de 8.000 obras foi compilado. Em 01 de abril de 1947 ele foi transferido para outro prédio e temporariamente o número de obras do acervo subiu para 60.000. Com o propósito de exibir a coleção mencionada, o edifício em Kumrular Street, em Ancara, que é usada atualmente como a Biblioteca Pública de Ancara, e da Biblioteca Nacional da Turquia foi aberto para os seus utilizadores em 16 de agosto de 1948.

    image
    image

    image
    Salão de Leitura Müjgan Cunbur: comporta para 459 pessoas

    image
    Salão de Leitura Adnan Ötüken : serve para 327 pessoas

    image
    Hall Leitura: serve para 68 pessoas

    turquia1

    quarta-feira, 30 de junho de 2010

    O Homem do Terno Marrom

    Projeto Agatha Christie

    imageO HOMEM DO TERNO MARROM – Agatha Christie

    Quinta leitura do Projeto Agatha Christie proposto pela Tábata do Blog Happy Batatinha, totalizando 1.073 páginas já lidas – 6,10% do projeto concluído, com finalização da leitura deste livro em 15/06/10.

     

    Esse livro é um misto de romance policial com aventura.

    Após a morte de seu pai, um renomado antropólogo, Anne Beddingfield, sozinha no mundo, resolve sair em busca de aventuras. Em Londres presencia um acidente no metro, para a polícia, mais um acidente, mas para a jovem Anne, um assassinato!

    Com poucas pistas a respeito do ocorrido no metro e dinheiro, menos ainda, Anne investe tudo o que tem numa aventura e logo se encontra a bordo de um navio rumando para a África, seu objetivo? Atrás de pistas para descobrir o ocorrido na Estação de Hyde Park e outras situações como o fato de Mill House e vender a matéria para o jornal Daily Budget.

    Ambiciosa, corajosa e determinada, segue firme em sua investigação, conhecendo pessoas durante a viagem e na África, onde personagens figuram em dados momentos em sua lista de suspeitos, mas no bom estilo de Agatha Christie, logo migram para a lista dos imaculados, o que torna um tanto difícil apontar para o verdadeiro chefe da quadrilha, ou o “Coronel” que comanda uma quadrilha que tem ramificações em diversas partes do mundo.

    O livro é permeado com as narrativas de Anne e o que escreve Sir Eustace Pedler em seu diário. A trama acontece em torno de um antigo roubo de diamantes e o assassinato em Mill House, e “matando” essa charada, todo enigma, presa e caçador vem à tona!

    O enigma, as pistas, o desenrolar, a fluidez da história, torna muitas partes demasiadamente embaralhadas, confusas, com muitas reviravoltas, o que acaba confundindo “nossa investigação”, gostei do final, a Bela Moça da cidade grande parte em busca de aventura e acaba encontrando-o, além de seu grande amor e maternidade. Não é um dos melhores da Rainha do Crime, mas merece respeito pela trama engenhosa.

    Avaliei esse livro com uma nota 7,0 – Bom.

    Veja Livro e meu Perfil no Skoob.

    Capas do Livro:

    image image image image

    image image image

    segunda-feira, 28 de junho de 2010

    Cordisburgo ganha portal para lembrar Guimarães Rosa

    'Portal Grande Sertão' será instalado no domingo, na cidade natal do autor de 'Grande Sertão: Veredas'

    Entre Cordisburgo e Guimarães Rosa parece haver pouca diferença. É que a cidade natal de João Guimarães Rosa, autor de Grande Sertão: Veredas, incorporou de tal maneira a identidade do médico e escritor que fica difícil dissociar cidade e pessoa.

    image Essa espécie de simbiose será ainda mais sedimentada, ontem (27/06) a cidade teve o seu Portal Grande Sertão, criado pelo artista Leo Santana, o mesmo que criou a escultura do poeta Carlos Drummond de Andrade que fica na praia de Copacabana no Rio, além de obras sobre outros escritores mineiros instaladas em Belo Horizonte, entre eles, Fernando Sabino, Hélio Pellegrino, Otto Lara Resende e Paulo Mendes Campos (Biblioteca Estadual Luís de Bessa).

    O pórtico de Cordisburgo, que fica a 113 km de Belo Horizonte, retrata o sertão, num projeto entre o governo de MG, a prefeitura da cidade e da associação de amigos do Museu Casa Guimarães Rosa. É feito com uma chapa de ferro onde se destacam a imagem em bronze do escritor e de vaqueiros em seus cavalos e também a de um cão, figuras frequentes no sertão e na obra de Rosa.


    Obras do Escritor:

    image

    Trechos pendurados de Grande Sertão: Veredas, a obra-prima de Guimarães Rosa, no
    Salão de Exposições Temporárias do Museu da Língua Portuguesa.

     


    Exibir mapa ampliado

    sexta-feira, 25 de junho de 2010

    Eu Sou o Último Judeu

    Eu Sou o Último Judeu - Treblinka (1942-1943)

    "Estamos preocupados, pois o trem fez meia-volta. Olhamos uns para os outros. O que está acontecendo? Constato que estamos perdidos. É o fim." Chil Rajchman, em um dos muitos momentos em que achou que seria assassinado.

    Nenhum campo de extermínio foi tão longe na racionalização do assassinato em massa quanto Treblinka. Lá, cerca de 750.000 judeus foram mortos. Apenas 57 sobreviveram. Chil Rajchman foi um deles.

    Por dez meses, sobreviveu ao absoluto terror. Carregou cadáveres em decomposição. Extraiu dentes dos mortos para que os nazistas aproveitassem o ouro, lavando-os em vasilhas cujos restos de água sanguinolenta mataram a sede de outros prisioneiros. Testemunhou suicídios, empalamentos, centenas de execuções. Foi chicoteado diariamente, teve tifo, sarna.

    Em agosto de 1943, Chil e outros prisioneiros conseguiram pôr em prática um plano de revolta. Ele foi um dos últimos judeus a escapar de Treblinka. Seu relato avassalador e detalhado, escrito ainda durante a guerra e até agora inédito, vem a público acompanhado por fotografias, mapas e a planta do campo de extermínio.

    Um importante testemunho do que preferíamos esquecer, mas não podemos.

    image

     

    “Este texto poderia ter sido publicado há 60 anos. Poderia também nunca ter sido publicado. De todos os testemunhos da máquina de extermínio nazista, este é um dos mais excepcionais, escrito antes do fim da guerra por um homem que foi ao mesmo tempo uma testemunha, uma vítima e um sobrevivente.” 
    Libération

    Saiba mais aqui!

    Já coloquei esse livro na minha Whishlistr - http://www.wishlistr.com/newstein/

    sexta-feira, 18 de junho de 2010

    Primeira Biografia de Saramago

    José Saramago morreu na manhã desta sexta-feira (18), aos 87 anos. Filho e neto de camponeses pobres, Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga, na Província do Ribatejo (sul de Portugal), em 16 de novembro de 1922.

    imageSua primeira biografia chegou às livrarias brasileiras em maio deste ano. "Saramago: uma Biografia" (LeYa, 2010), do escritor também português João Marques Lopes, acompanha a vida de um dos mais importantes escritores da história da literatura portuguesa.

    Do seu nascimento em Azinhaga, Golegã, até o lançamento do polêmico "Caim", Saramago e sua carreira literária são radiografados por Lopes em 248 páginas. O exemplar percorre também a vida política do Nobel de Literatura e destaca os episódios polêmicos, como a demissão de jornalistas do "Diário de Notícias", tempo em que era diretor do jornal português.

    O biógrafo detalha o veto de "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" ao Prêmio Literário Europeu. Com a decisão de Saramago, o então subsecretário de Estado da Cultura do Governo Cavaco Silva Sousa Lara provoca contestações a qualquer tipo de censura à criação artística. A repercussão faz com que o escritor português decida viver na ilha espanhola de Lanzarote, nas Canárias.

    Esta Biografia está disponível na Livraria da Folha por R$31,90 (preço nesta data 18/06).

    Quer dar uma olhada no conteúdo do livro? Acesse uma parte da Biografia – 1 – O Menino Pobre (1922 – 1933), cortesia da Livraria Cultura.

    Saramago, descanse em paz!

    imageJOSÉ SARAMAGO (16/11/1922 – 18/06/2010) -  É com grande pesar que recebi a notícia de que o Nobel de literatura, José Saramago, escritor português autor de várias obras, sendo a mais recente – Caim, morreu nesta sexta-feira – 18/06 aos 87 anos em sua casa em Lanzarote, nas Ilhas Canárias, segundo fontes de sua família, o escritor morreu em sua residência depois de ter passado uma noite tranquila.

    O autor, cuja frágil saúde provocou temores sobre sua vida há alguns anos, publicou no final de 2009 seu último romance "Caim", um olhar irônico sobre o Velho Testamento, muito criticado pela Igreja, livro este que li ainda em 2010. Leia minha resenha aqui!

     

    Algumas obras de José Saramago.

    "Terra do pecado"
    "Manual de pintura e caligrafia"
    "Levantado do chão
    "Memorial do convento"
    "O ano da morte de Ricardo Reis"
    "A jangada de pedra"
    "História do cerco de Lisboa"
    "O Evangelho segundo Jesus Cristo"
    "Ensaio sobre a cegueira"
    "Todos os nomes"
    "A caverna"
    "O homem duplicado"
    "Ensaio sobre a lucidez"
    "As intermitências da morte"
    "A viagem do elefante"
    "Caim"

    quinta-feira, 17 de junho de 2010

    Bibliotecas no Mundo

    Associação Biblioteca Comunitária Maria das Neves Prado (Brasil – Nova Soure) – Visite aqui!

    Fazendo minha pesquisa para apresentar o quadro Bibliotecas no Mundo, estava com a intenção de mostrar algo estilo “Guinness Book”, mas algo inusitado, e não é que encontrei?!?!

    Na cidade de Nova Soure (BA), existe a maior Biblioteca Comunitária do mundo localizada em comunidades rurais com até 50 mil habitantes. Interessei-me logo de primeira, fiz um contato telefônico com a Biblioteca e conversei com o Sr. Arivaldo, pessoa simpática e muito prestativa, me informou que atualmente a biblioteca já conta com mais de 70 mil exemplares de livros especializados, excluíndo os didáticos. O público frequentador dessa maravilha incrustada no interior da Bahia são de na maioria estudantes e professores, seguidos da população em geral. A biblioteca tem um programa de fomento à leitura, podemos citar o “Data da Leitura”, onde comemoram alguma data histórica, um personagem da região, seguido de muito material e informação, etc., promovem também a “Semana da Ciência e Tecnologia” que objetiva popularizar e estimular o interesse pela ciência.
    A Biblioteca está de portas abertas para receber visitantes e doações de livros de qualquer natureza,(vou fazer a minha parte e enviar livros!) E você???
    O endereço para envio de doações de livros é o que segue:
    Associação Biblioteca Comunitária Maria das Neves Prado
    Povoado São José do Paiaiá, s/nº
    Nova Soure – BA
    CEP: 48.460-000
    Telefone para contato: (75) 3437-7013
    O Blog da Biblioteca é: http://www.bibliotecadepaiaia.blogspot.com

    Segue matéria pinçada do Instituto Futuro.

    imageMuitos dos moradores de São José do Paiaiá, distrito de Nova Soure (BA), sequer sabiam o que era uma biblioteca até a inauguração da Biblioteca Comunitária Maria das Neves Prado, em 2002.


    Hoje, a instituição tem quase 50 mil livros e seus fundadores a classificam como a maior biblioteca comunitária do mundo instalada em comunidades rurais com até 50 mil habitantes.

    A chegada da biblioteca transformou o pequeno povoado que fica a 320 quilômetros de Salvador num oásis em pleno semi-árido. A comunidade, um povoado com população inferior a mil pessoas e apenas uma rua pavimentada, passou até a receber visitantes de cidades próximas.
    São 450 usuários por mês na incansável biblioteca, que funciona todos os dias, das 8 às 21h, inclusive domingos e feriados.
    A biblioteca comunitária estampa em sua fachada uma epígrafe do dramaturgo alemão Bertold Brecht: “O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos...”.

    Além de extenso, o acervo tem cerca de 2 mil obras raras. Lá é possível encontrar preciosidades como a primeira edição de “Casa Grande & Senzala”, de Gilberto Freyre, a obra completa de João Cabral de Melo Neto – autografada pelo escritor – e a edição de 1732 (em francês) da obra completa de Molière.
    Os usuários podem ainda assistir a DVDs ou consultar os 10 mil periódicos disponíveis. A Biblioteca Maria das Neves também diversifica as suas atividades, promovendo cursos e debates sobre meio ambiente, desenvolvimento local, cidadania etc.

    IMG_1101  A criação da biblioteca é fruto da iniciativa de um ex-morador de São José do Paiaiá, que sonhava em ser médico, embora sua mãe dissesse que aquilo “era apenas sonho de pobre”.
    Geraldo Prado, hoje com 67 anos e pesquisador do CNPq, conta como a biblioteca está oferecendo oportunidades que ele nunca teve:
    - Seis meninos que estudaram na biblioteca passaram em universidades públicas da Bahia e de Sergipe. Acho que dois deles já estão se formando.

    Geraldo seguiu a sina de seus conterrâneos e tantos outros nordestinos: ir para São Paulo em busca de emprego. Chegou lá em 1962, apenas tendo completado o primário.
    Foi faxineiro e porteiro num prédio no centro da cidade, "na zona do baixo meretrício". Fez  supletivo morando na casa de máquinas do elevador do prédio e precisou escolher a menor concorrência (Curso de Português-Chinês) para passar no vestibular da USP.
     
     

    IMG_1115Recorda que só conheceu uma biblioteca quando tinha 14 anos, em Salvador, no Colégio Central da Bahia. “Lembro que fiquei parado olhando para tantos livros, porque até então eu só tinha um (Na Sombra do Arco-Íris, de Malba Tahan), presente da professora Maria Ivete Dias (mãe de Ivete Sangalo)”
    Ao longo dos anos, Geraldo acumulou uma coleção de 30 mil livros, mesmo que isso significasse sacrifícios.
    - Se passasse por um sebo ou por uma livraria e tivesse um livro que me agradasse, e eu só tivesse o dinheiro da comida ou da passagem do ônibus, preferia ficar com fome e voltar para casa a pé, mas comprava o livro – diz.
    Geraldo, como a Asa Branca, voltou para o sertão para compartilhar com pessoas que “não sabiam o que era uma biblioteca” sua paixão pelos livros. O nome da biblioteca é uma homenagem à sua irmã (Sinhá Prado), que o alfabetizou.
     
     


    Exibir mapa ampliado

    domingo, 13 de junho de 2010

    O Retorno

    image Caros amigos, depois de um longo período afastado de meu blog, das publicações e de meus livros e leituras, quero compartilhar com vocês o ocorrido: Tudo começou com uma crise de estresse e estafa, meu sistema imunológico ficou debilitado, fiquei gripado, essa gripe acabou me derrubando, tratei de início (meu erro) com os antigripais comuns de farmácia, que acabou mascarando o problema maior. 

    Resumindo, baixei na urgência e emergência da UNIMED com fortes (MUITO FORTE) dores no lado esquerdo do peito, de início, foram feitos vários exames para certificar que não era nada cardíaco, foi descartado, acabei sendo diagnosticado como se fosse (pasmem!) um torcicolo, “… Doutora, torcicolo??? Eu sei o que é uma dor de torcicolo!!!…”  Aplicaram um injetável de um relaxante muscular e recebi alta, fui para casa ainda com dores no peito, tive a pior noite de minha vida, febre, muita febre alta, dores, muita dores, náusea e crise de vômito, e o ciclo recomeçava…

    Amanheceu o dia eu estava delirando e não compreendia mais nada, estava fora de mim, minha esposa e meu sogro me levaram novamente para a urgência e emergência da UNIMED, uma nova médica e nova bateria de exames, por sorte, solicitou novamente um hemograma e uma radiografia do tórax, meus leucócitos estavam nas alturas e a radiografia mostrou uma mancha no pulmão que inicialmente foi diagnosticado como uma possível pneumonia, fui encaminhado para a observação e logo recebi antibióticos via intravenosa e mais uma “carrada”  de medicamentos. Nessa altura do campeonato, não tinha mais ciência de nada, estava totalmente fora de mim, lembro somente da “Doutora” comunicando a minha esposa da suspeita de pneumonia e que ela estava requisitando uma tomografia para confirmar…

    Passou-se um tempo e as drogas começaram a fazer algum efeito, tive uma pequena melhora, com isso, fui encaminhado para a tomografia, essa foi a pior parte pois para fazer o exame, eu tinha que encher os pulmões de ar e segurar a respiração… mas como fazer isso??? A dor essa insuportável sem fazer nenhum esforço para respirar, imagine respirar fundo e trancar a respiração?!?! Foi um exame interminável e insuportável….

    Com o resultado da tomografia, foi confirmado o diagnóstico de pneumonia e fomos informados (eu e minha esposa) que eu teria que ser internado e que o setor de transferência da urgência e emergência já estava cuidando dessa parte burocrática. Perguntei quanto tempo seria esse período de internação hospitalar, fui informado (para meu desespero) de que seria pelo menos de 7 à 10 dias!

    No final deste dia fatídico fui transferido (uhu! andei de UTI móvel) para o hospital do coração onde fiquei internado 8 dias, muitos exames, muitos remédios, muitos soros, muitas picadas, veias estouradas, muito antibiótico, aerossol, noites mal dormidas, enfermeiras me acordando de 3 em 3 horas para me medicar, ou seja, um inferno na terra!!!

    Recebi alta, mais 8 dias de atestado e repouso em casa, mais medicação, aerossol, etc…
    Hoje estou aqui escrevendo com uma recuperação quase que completa e como resumo da ópera, digo-lhes que não briquem com uma “simples gripe” pois vocês viram o que pode acontecer…

    Aproveito para agradecer a todos que neste período me ajudaram e deram uma enorme força tanto para mim, quanto para minha esposa e meu filho. Agradeço imensamente a minha esposa, ao meu lindo filho que ia me visitar (eu descia escondido para ver ele na portaria – quando não estava com soro e medicamento espetado em meu braço!) meu cunhado (eu disse: “meu cunhado”), ao meu sogro, a minha sogra (isso mesmo, a minha SOGRA), ao meu pai e aos colegas do trabalho!

    quinta-feira, 22 de abril de 2010

    Os Homens que não Amavam as Mulheres – O Filme

    image OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES - Män som hatar kvinnor - 2009 - Suécia - 152 minutos

    Estreia dia 23/04/2010.

    Harriet Vanger desapareceu 36 anos atrás sem deixar pistas na ilha de Hedeby, um local que é quase propriedade exclusiva da poderosa família Vanger. Apesar da longa investigação policial, a jovem de 16 anos nunca foi encontrada. Mesmo depois de tanto tempo, seu tio decide continuar as buscas, contratando o jornalista investigativo da revista Millennium, Mikael Blomkvist, que não está em um bom momento de sua vida e enfrenta um processo por calúnia e difamação. Mas, quando o jornalista se une a Lisbeth Salander, uma investigadora particular nada usual, incontrolável e antissocial, a investigação avança muito além do que todos poderiam imaginar. 

     

    Ficha Técnica

    Diretor: Niels Arden Oplev
    Elenco: Michael Nyqvist, Noomi Rapace, Lena Endre, Peter Haber, Sven-Be, Björn Granath, Ewa Fröling, Michalis Koutsogiannakis, Annika Hallin, Sofia Ledarp
    Produção: Søren Stærmose
    Roteiro: Nikolaj Arcel, Rasmus Heisterberg
    Fotografia: Jens Fischer, Eric Kress
    Trilha Sonora:
    Duração: 152 min.
    Ano: 2009

    terça-feira, 13 de abril de 2010

    Os Homens que não Amavam as Mulheres

    Os homens que não amavam as mulheres – Stieg Larsson

    image Esta é uma obra de ficção policial do jornalista sueco Stieg Larsson (foi vítima de um ataque cardíaco pouco depois de ter entregado a trilogia Millennium), não viveu o suficiente para gozar a fama e o sucesso de sua obra.

    É um exemplo de livro eletrizante que prende você do início ao fim da trama. Protagonizado pelo jornalista da revista Millennium – Mikael Blomkvist que está condenado por difamação de um grande empresário sueco, por conta disso, deixa a redação da revista, e nesta situação é atraído por outro grande empresário do grupo Vanger - Henrik Vanger para escrever sua biografia, na verdade, é somente um estratagema para investigar o paradeiro de sua sobrinha Hariet Vangler, uma jovem herdeira de um grande império empresarial;

    Henrik está convencido que Hariet fora assassinada por alguém de sua família, e como um tormento, em seus aniversários, recebe uma flor emoldurada e isto aumenta mais ainda o seu sofrimento por não ter resposta e tenta sem sucesso elucidar e desvendar esse mistério desde o ocorrido.

    A investigação flui num ritmo alucinante com novidades a cada dia e torna ainda mais intensa com o surgimento de uma hacher, ladina e anti-social – Lisbeth Salander, dona de uma memória fotográfica e expert em fuçar a vida dos outros, Lisbeth ajuda Mikael na investigação e os coloca nos trilhos certos para desvendar o grande mistério da vida de Harriet e como bônus, entrega a Mikael um dossiê que pode sustentar e publicar as denúncias contra Wennerström que anteriormente levou a sua condenação, podendo assim limpar seu nome e reerguer a revista Millennium.

    Ao final, o desfecho é surpreendente, digno de um Agatha Christie, como propriamente declarei para minha esposa durante a leitura: ”é um Agatha Christie de quinhentas páginas”. Gostei também foi de minha busca à explicação da origem do título: Os homens que não amavam as mulheres, pois sempre é muito gostoso buscar a origem do nome da obra, não é mesmo?!

    Um dos pontos que não se tornou claro para mim neste livro foi a origem problemática e anti-social da hacker, já que ela teve uma grande participação na história, deveria ter elucidado melhor seu passado e a origem deste seu comportamento, acredito que no próximo livro da trilogia, esse mistério venha à tona.

    O livro tráz estatísticas surpreendentes sobre a violência contra a mulher sueca, e por tratar-se de um país escandinavo, consabido mantenedor de uma das maiores democracias do mundo, célebres cultivadores da igualdade entre os gêneros, é excepcionalmente um paradoxo essa estatística.

    Recomendo a leitura, classifiquei esse livro com uma nota 9,0 – excelente.

    Site da Trilogia Millennium

     

    Bibliotecas no Mundo

    Biblioteca de Kansas City (Estados Unidos) – visite aqui!
    Fundada em 1873 como Escola Pública Biblioteca de Kansas City, a instituição se tornou um centro cultural para a cidade, proporcionando não só os recursos educativos, mas uma alternativa para outros estabelecimentos do centro de entretenimento da época.

    Através de uma parceria público-privada e utilizando recursos do federal, estadual e municipal, a Biblioteca levantou a quase US$50 milhões necessários para o projeto, como resultado, a nova Biblioteca Central abriu as suas portas em 2004. O local apresenta o estado-da-arte da tecnologia, melhoria e aumento dos serviços, salas de reuniões, uma sala de triagem, um café e muito mais, tudo dentro das paredes de um edifício originalmente construído para transmitir uma sensação de força e de continuidade.
    image
     
    image
    image

    image
    image

    terça-feira, 6 de abril de 2010

    História Universal da Destruição dos Livros

    História Universal da Destruição dos Livros: Das tábuas sumérias à guerra do Iraque – Fernando Baez

    Medo, ódio, soberba, intolerância e sede de poder é o que sempre motivou os destruidores de livros, cuja intenção na verdade nunca foi destruir o objeto imageem si, mas o que este arepresentava - o vínculo com a memória, o patrimônio de idéias de toda uma civilização. Esse livro oferece uma visão aterradora da devastação, que se inicia no Mundo Antigo, passando pela Inquisição e tempos das conquistas, até a catástrofe mais recente - a destruição de um milhão de livros no Iraque, como conseqüência de uma guerra absurda. 
    Desde os tempos da Suméria, onde os livros não passavam de tábuas de cerâmica, passando pela antiguidade grega e romana com a paradigmática destruição da biblioteca de Alexandria (veja post anterior), até ao Mundo Islâmico, desde os códices pré-hispânicos perdidos no fogo durante a época colonial ou a destruição nazi de milhares de livros judaicos, até às situações atuais de censura em países como Cuba e China. Para encontrar uma resposta, Fernando Báez recorre a diversos momentos da história, cuja desafortunada pedra de toque tem sido a destruição dos livros, sempre em nome de diversas razões: raciais, sexuais, culturais, políticas e porque não econômicas.
    Pesquise em vários sebos que fazem parte da Estante Virtual os preços deste livro, clique aqui!

    image
    Capa do Livro em editado em Portugal

    Bibliotecas perdidas

    ALEXANDRIA
    O que foi destruído: a cidade egípcia abrigou a mais célebre biblioteca da Antiguidade. Segundo alguns cronistas, chegou a ter 700000 rolos de papiro.
    Quem destruiu: o acervo sofreu sucessivos ataques. Por muito tempo, atribuiu-se a destruição final aos árabes, no século VII, mas hoje esse é um ponto de controvérsia entre historiadores.
    As razões da destruição: desconhecidas, mas possivelmente religiosas.  

    A INQUISIÇÃO
    O que foi destruído: livros contrários à doutrina da Igreja. Em alguns casos, os autores foram queimados junto com suas obras. Até Bíblias em línguas vernáculas foram queimadas, pois a Igreja só admitia o livro sagrado em latim.
    Quem destruiu: o Santo Ofício, congregação da Igreja que zelava pelo rigor da doutrina.
    As razões da destruição: especialmente rigoroso na Espanha do século XVI, o Santo Ofício foi uma reação violenta contra a Reforma.

    O NAZISMO
    O que foi destruído: livros de autores judeus, comunistas, pacifistas ou considerados contrários ao nacionalismo alemão.
    Quem destruiu: os nazistas, depois de subirem ao poder na Alemanha, em 1933.
    As razões da destruição: as cerimônias públicas de queima de livros funcionaram ao mesmo tempo como repressão ao pensamento dissidente e como um ato de propaganda nazista.

    GUERRA DO IRAQUE
    O que foi destruído: bibliotecas, museus e sítios arqueológicos, depois da invasão americana, em 2003. Livros sumérios de 5000 anos foram roubados do Museu Arqueológico de Badgá.
    Quem destruiu: saqueadores iraquianos. As tropas americanas se omitiram.
    As razões da destruição: a população local identificava as instituições culturais com o regime de Saddam Hussein. Peças roubadas foram contrabandeadas para o mercado negro internacional. 

    segunda-feira, 5 de abril de 2010

    Bibliotecas no Mundo

    Biblioteca de Alexandria (Egito) - visite aqui!
    A Biblioteca Real de Alexandria  ou Antiga Biblioteca de Alexandria foi uma das maiores bibliotecas  do mundo antigo. Ela floresceu sob o patrocínio da dinastia ptolemaica e existiu até a Idade Média, quando foi totalmente (ou quase) destruída por um incêndio  casual.
    image
    A nova Biblioteca de Alexandria
    A Bibliotheca Alexandrina, integra, para além da principal, quatro bibliotecas especializadas, laboratórios, um planetário, um museu de ciências  e um de caligrafia e uma sala de congresso e de exposições. A instituição pretende ser um dos centros de conhecimento mais importantes do mundo assim com sua antecessora.
    Fotos da atual Biblioteca de Alexandria (Bibliotheca Alexandrina):
    image
    image
    image


     
    Exibir mapa ampliado
    Link para o Google Maps – acesse aqui!